Quantcast
Channel: TV AD BELÉM
Viewing all articles
Browse latest Browse all 23

O Ide levado a sério – Jornal Ceifeiros

$
0
0

Há 20 anos a EMAD treina vocacionados ao campo missionário.

Sem títuloa

Um propósito em comum une pessoas do Brasil e do Exterior todos os anos em Campo Limpo Paulista, região metropolitana de São Paulo. Elas vêm de todas as regiões do país para lapidar suas habilidades, compreender seu verdadeiro chamado, e, para tal, se submetem a um treinamento de 10 meses em regime de internato, a fim de servirem a Deus com excelência na comunicação do Evangelho. São obreiros vocacionados para a obra missionária, enviados por seus líderes, a fim de participarem do Curso de Preparação Missionária da Escola de Missões das Assembleias de Deus, a EMAD.

A EMAD foi criada para preparar os “aspirantes à obra missionária dentro dos princípios das Assembleias de Deus”, declara o pastor Elizeu Garcia Martins, diretor da escola há 11 anos. Durante o curso, o aluno precisa cumprir o conteúdo programático que consiste em 27 matérias, apresentação do TCC, leituras obrigatórias, inclusive a da Bíblia que deve ser feita em nove meses. “Quem não é amante da palavra, não é amante da obra”, reiterou.

O tempo em que o aluno fica internado serve para que ele tenha uma ideia de como será viver longe da família e amigos; O diretor Elizeu diz que serve para o obreiro “desenvolver relacionamento interpessoal, e principalmente ouvir a voz de Deus e descobrir o que Ele deseja fazer por meio de sua vida, a fim de desfazer assim qualquer equívoco que possa existir por parte do aluno ou da liderança que o enviou”. Pastor Elizeu compara o processo ao parto de um bebê. “O propósito é cortar o cordão umbilical com a família. É uma amostra do que ele vai passar quando estiver em pleno exercício do ministério”.

De acordo com o Pr. Elizeu Martins, a EMAD ocupa-se muito em trabalhar o caráter do aluno. “A experiência diz que a causa do fracasso de alguns missionários no exercício do seu ministério, está na falta de caráter. O importante é que ele descubra qual área de seu caráter precisa ser trabalhada, por que ele não teve tempo de refletir sobre isso e precisa ser moldado segundo Cristo; precisa se preocupar com o fruto do Espírito. As pessoas precisam ser tocadas pelo seu testemunho, ver suas atitudes”, disse.

Pr. Elizeu explica que a escola tem um método eficaz para experimentar cada aluno. “A maior tática da EMAD é o fato de separarmos o obreiro da igreja, porque aqui ele vai ter tempo de solicitude, e aprenderá a ouvir Deus falar com ele e cuidar de seu interior. Aqui, terá 10 meses para ser trabalhado esse aspecto, para que tenha uma experiência e intimidade com Deus, pois em casa, no trabalho e na igreja, é um pouco mais complicado e aqui está recolhido dentro de um local propício para tal propósito”.

Primeiros passos

Guilherme chegou à EMAD no início do ano, com 10 meses, e, ao completar um ano, deu os primeiros passos pelas dependências da escola. O pequeno Guilherme representa o desempenho de cada aluno que ingressou no curso este ano. O casal Sirlene e Marcus Vinicius Santana são os pais de Guilherme; vieram do Pará. Ele é historiador e ela, meteorologista. Ambos sentem o chamado para trabalhar com hispanos. Marcus relatou a importância da humildade e da autodisciplina. “A EMAD ajuda a desenvolver a autodisciplina que todo missionário deve ter. No passado, os homens que foram usados por Deus tiveram uma vida disciplinada, como John Wesley, Charles Spurgeon, etc.; acredito que o missionário tem que ter uma vida metódica. Aqui, você aprende a ser servo, você pode entrar aqui como um grande pregador e um grande líder, mas aprende a ser servo; ser servos uns dos outros”. Sirlene destaca o relacionamento interpessoal como parte importante do curso. “Convivência em grupo é uma das maiores dificuldades. E isso nós vamos encontrar no campo missionário todo tipo de pessoas e personalidades e, aqui, nós vamos aprender a lidar com cada um destes casos”.

Dia 25 de janeiro, Keila da Silva Oliveira Miranda e o esposo, Divino Ribeiro de Miranda, desembarcaram em São Paulo. Natural de Colorado do Oeste, Rondônia, o casal, que já fez missão no Piauí, decidiu passar por um período em treinamento. Apesar do pouco tempo na EMAD, eles já acumulam experiências para compartilhar. “Estamos aprendendo uma diversidade de coisas importantes: aulas de violão, espanhol, evangelismo infantil; a cada dia adquirimos mais experiências”, disse Keila. Divino classificou como “espetaculares os dois primeiros meses dentro da escola” e disse que está aprendendo a ouvir a voz de Deus. “Um dia, eu estava vulnerável, triste, com saudade da família; então, olhei para um ramo agarrado na árvore que vinha até o chão, mas a ponta dele estava virada para cima. Deus me fez entender que embora meu corpo estivesse vulnerável, meu coração e mente deveriam estar virados para cima”.

É comum a EMAD receber alunos estrangeiros. Miguel Angel Contreras Veiga e Laura Rúbio Aparício são chilenos e foram enviados por um ex-aluno, o pastor Jefferson dos Santos. Há dois meses na escola, Laura, que é estilista, disse ter um chamado para outra nação; por isso, veio se preparar. “Estou me preparando, dando o primeiro passo que é a preparação, porque quando ouvimos a voz de Deus, temos que obedecer”. Miguel quer ser missionário e deseja ajudar na preparação de missionários chilenos. “Eu quero formar um grupo de missionários no Chile para trabalhar em outros países”.

Ensinar e compartilhar o Evangelho sempre foram o desejo de Edivânia de Moura Silva, mas ela fugia de sua vocação. Envolvida no ministério do louvor da igreja, desde que chegou à EMAD, foi desafiada a desenvolver um sermão e pregar. “Aqui, Deus tem me levado para o lado que eu mais temia: a pregação. Sinto que o meu chamado é para o ensino. Para isso, estou aqui. Aprender, para ensinar”.

A escola é sempre um lugar para regressar. Por isso, o ex-aluno Leandro Morais Santana, amapaense, retornou como colaborador voluntário. “A EMAD tinha essa necessidade e lançou um desafio aos ex-alunos e eu comuniquei ao meu pastor que tinha o desejo de voltar”. Como voluntário, ele é um parceiro dos alunos e dedica bom tempo a ajudá-los. “Minha tarefa é auxiliar os alunos nas tarefas. Como eu já passei por essa etapa, até certo ponto, eu posso ajudá-los nos momentos mais difíceis, como orar, chorar e sorrir juntos”.

Lidar com alunos de um país multicultural como o Brasil, é o desafio de Cleverton Silva e sua esposa Léia Silva, coordenadores-administrativos da escola. Ele é químico, teólogo e evangelista da AD em Itapevi, Ministério do Belém. Coordenador acadêmico, auxilia e representa o diretor da escola em todo o país. Léia tem formação em Recursos Humanos, presta trabalho voluntário na escola e ajuda a orientar as mulheres.

Cleverton declarou que, além da coordenação, exerce um ministério pastoral entre os alunos. “O meu papel é pastoreá-los, trazer uma palavra de conforto quando estão entristecidos. Tivemos um caso recente de um aluno que perdeu seu irmão e nessas horas temos que auxiliá-los, porque no campo missionário eles vão sofrer essas desilusões, percas; em todo caso, precisam de equilíbrio para não perder o foco”.

Sábado é um dos dias mais aguardados pelos alunos, pois eles dedicam algumas horas do dia para aprenderem técnicas, a fim de cultivar a terra, ou dia da laborterapia. “O aluno passa a semana estudando, lendo, fazendo provas e quando chega o sábado é o dia em que ele se livra de toda tensão”. Explicou Cleverton.

A obra missionária é coisa séria. Ajudar o obreiro vocacionado a conhecer a si mesmo e quais os prováveis desafios a serem enfrentados no campo, é fundamental para alcançar um ministério bem-sucedido. A EMAD propõe-se a fazer este trabalho. Quanto mais consciente o obreiro estiver, maior sucesso alcançará.


Viewing all articles
Browse latest Browse all 23